O avanço da vacinação continua a reduzir a internação de pacientes com covid-19 em unidades de terapia intensiva (UTIs) no país e, pela primeira vez desde dezembro de 2020, nenhuma unidade da federação está com mais de 90% desses leitos ocupados. O dado consta do Boletim Observatório Covid-19, divulgado hoje (14) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo os pesquisadores da Fiocruz, a vacinação tem feito diferença e traz reflexos positivos ao quadro pandêmico à medida que é ampliada.
Tocantins e a segunda dose
O governo do Tocantins lançou uma campanha para sensibilizar as pessoas que tomaram a primeira dose retornarem para concluir o ciclo da imunização. Segundo dados do Integra Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde, o Estado recebeu 914.790 doses, destas 877.734 foram distribuídas para os 139 municípios que aplicaram 713.662, restando assim 164.072 armazenadas nas Prefeitura e 37.056 no estoque do Estado. Prefeituras como Marianópolis do Tocantins é um dos exemplo da falta de eficácia na distribuição da vacina, pois só aplicou 56,59% das vacinas recebidas com 18,822% da população vacinada com a primeira dose e apenas 7,38% da população recebeu as duas doses, enquanto a média estadual é de 33,54% na primeira dose e 10,15% a segunda dose. Já a Prefeitura de Arraia tem feito o dever de casa e já vacinou 43,20% da população com a primeira dose e 19,63% da população tomaram as duas doses.
Quanto ao público prioritário que foram imunizado, os trabalhadores de saúde 56.940 receberam a primeira dose e 40.869 concluíram o ciclo da vacinação. Por faixa etária, foram vacinadas 268.297 pessoas e apenas 105.836 retornaram para tomar a segunda dose.
Doses Aplicadas por Grupo Prioritário no Tocantins
Zona de alerta crítico no Brasil
O Boletim Observatório Covid-19 mostra que quatro unidades da federação permanecem na zona de alerta crítico, com mais 80% dos leitos ocupados. A pior situação é a de Santa Catarina (82%), seguida por Goiás (81%), Paraná (81%) e Distrito Federal (80%).
A maior parte do país encontra-se na zona de alerta intermediário, em que as taxas de ocupação variam entre 60% e 80%, e sete estados estão na zona de alerta baixo, com menos de 60%: Acre (24%), Amapá (47%), Espírito Santo (55%), Paraíba (39%), Rio de Janeiro (57%), Rio Grande do Norte (55%) e Sergipe (50%).
Entre as capitais, Goiânia é a única com mais de 90% dos leitos ocupados (92%), e a situação também é considerada crítica em Brasília (80%), Rio de Janeiro (81%) e São Luís (81%). De acordo com a Fiocruz, 12 capitais estão fora da zona de alerta: Porto Velho (57%), Rio Branco (24%), Belém (48%), Macapá (52%), Natal (53%), João Pessoa (40%), Recife (50%), Maceió (55%), Aracaju (50%), Salvador (52%), Vitória (54%) e Florianópolis (53%). As demais estão na zona de alerta intermediário.
Os pesquisadores avaliam que a imunização tem feito a diferença para a queda dos percentuais, mas alertam que as vacinas têm capacidade limitada de bloquear a transmissão do vírus, que continua a circular de forma intensa. “As vacinas são especialmente efetivas na prevenção de casos graves”, resume o estudo, que pede a continuidade do distanciamento social, do uso de máscaras e dos cuidados com a higiene, além de reforçar que todos devem buscar a vacinação conforme o calendário de seus municípios.
“A preocupação com a possibilidade de surgimento de variantes com potencial de reduzir a efetividade das vacinas disponíveis é pertinente e não pode ser perdida de vista.”
O relatório destaca ainda que os indicadores de incidência e mortalidade da covid-19 no país estão em queda pela terceira semana seguida. Apesar disso, a pandemia mantêm patamares altos, com média de mais de 46 mil novos casos e 1,3 mil óbitos diários nos últimos sete dias. O boletim da Fiocruz diz ainda que o cenário pode indicar um arrefecimento mais duradouro da pandemia nos próximos meses, mas ressalta que isso dependerá da intensificação da campanha de vacinação, da adequação das práticas de vigilância em saúde, do reforço da atenção primária e da adoção das medidas de proteção individual.