O meteorologista Núcleo Estadual de Meteorologia e Recursos Hídricos (Nemet/RH) da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), José Luiz Cabral, mostrou à reportagem do Portal Atitude, preocupação com déficit hídricos na bacia do Tocantins e Araguaia que se repete pelo quinto ano consecutivo e da preocupação com a região sudeste. Ele também comentou prejuízos causados em lavouras nos municípios de Alvorada e Talismã. Confira!
por Wesley Silas
Em meio as chuvas atípicas que tem ocorrido nesta semana distribuída em algumas região do Tocantins, o meteorologista da Nemet/RH, José Luiz Cabral, afirmou que o fenômeno El Ninho tem prejudicado o Tocantins com diminuição da chuva por cinco anos consecutivos.
“De uma forma geral, as bacias do Tocantins e Araguaia fecham mais um período chuvoso com déficit hídricos que se repete pelo quinto ano consecutivo. Esta recorrência chama atenção e a gente começa a ficar preocupado com a região sudeste do Tocantins. Tudo isso é motivado pela atuação do fenômeno meteorológico de grande escala chamado El Ninho que vem atuando desde o início do período chuvoso”, disse meteorologista. “Na região de Alvorada e Talismã tivemos várias lavouras de soja que tiveram prejuízos”, completou.
Ele também comentou sobre o acumulado de chuvas que no mês de março teve maior volume.
“Estas chuvas que estão acontecendo agora são atípicas nesta época do ano que costumam ser bem tímidas e nestes últimos três dias tem chovido satisfatoriamente. De certa forma é bom, considerando o grande déficit hídrico que nós estamos submetidos”, disse.
De acordo com o meteorologista o tempo deve voltar a ficar firme no estado neste final de semana.
“No final de semana este fenômeno deve enfraquecer e vamos ter a volta do sol, muita variação da nebulosidade e se ocorrer pancadas de chuvas será no final da tarde, mas o fato é um fenômeno que está atuando na região Centro-Oeste e tem perturbado vários estados da região Norte o País”, disse.
Temperatura mais alta
Uma informação importante repassada pelo meteorologista da Nemet/RH é que a temperatura tem aumentado nos últimos dez anos. “Nós estamos acompanhando esse aumento da temperatura, principalmente da temperatura máxima. Tem sido recorrente, principalmente nos últimos dez anos, que a temperatura média global tem aumentado, principalmente pela ocorrência de grandes fenômenos meteorológicos como o El Niño”, afirmou.
Segundo o meteorologista, essa falta de chuva ou um grande intervalo desses eventos de chuvas tem contribuído para que as temperaturas máximas cheguem a patamares muito acima das normais climatológicas. “Nessa última semana, por exemplo, as temperaturas máximas no Tocantins chegaram em torno de 36 graus, o que é muito para essa época do ano”, concluiu José Luiz Cabral.
Fim do período chuvoso
O período chuvoso no Tocantins começou no mês de outubro de 2018, e, em abril desse ano, iniciou a transição para o período de estiagem. Em 2019, o total acumulado de chuvas teve maior volume no mês de março, com chuvas irregulares e mal distribuídas nas regiões do Tocantins.
“Do ponto de vista climatológico, os estudos trazem muita incerteza se o fim do período chuvoso acontecerá no final maio, de junho ou de julho. No meu entender, quanto mais demorar findar, melhor para o Estado. Eu sempre enfatizo a questão do déficit hídrico, já que estamos fechando o quinto ano consecutivo com redução da quantidade de chuva”, informou.
Para conferir a previsão do tempo, basta acessar o site: https://simeto.unitins.br/wrf/index.html.
(Wesley Silas com informações de Jesuino Santana Jr./Governo do Tocantins)