por Wesley Silas
A oleira dona Luzeni Rodrigues tem 55 anos e é conhecida na centenária Peixe como mestra Lusa. Ela nasceu na fazenda Brejo Alegre em Peixe na margem direita do Rio Tocantins e quando vivia com sua família na zona rural ela aproveitava parte do ano para colher argila nas matas do Rio Tocantins para iniciar na arte de produzir peças em argila que aprendera com sua mãe.
“Nasci aqui criei meus filhos aqui em Peixe e andei muito nessas fazendas mexendo com barro, com roça e hoje estou trabalhando com barro. Moro na cidade e não tive mais fazenda para ir trabalhar na roça e fico aqui na cidade de Peixe trabalhando com barro”.
Os trabalhos de dona Luzeni aos pouco está sendo reconhecido por mostrar que as riquezas culturais e do turismo de Peixe não estão apenas no rio Tocantins, mas herança genética de seus moradores como a dons da mestra Lusa com sua olaria em que são produzidas diversas peças com marcas por meio da sua rusticidade e importância cultural na arquitetura como faz a empresária Claudia Valle que emprega a artesão e ainda compra seus produtos para harmonizar o ambiente de uma pousada.
“Eu falei que não ia fazer mais, mas nos dias em que eu estou nervosa é o barro que me consola”.
A argila e o oleiro está presente na vida do ser humano desde os primórdios com achados por volta de 4.000 a.C. Na composição da história da vida ele faz parte da escrita da Bíblica com a parábola do “Oleiro e Vaso” onde a formação do homem se torna o barro na mão de criador e entrou na sétima arte como mostrou a cena do filme ‘Ghost’ com as personagens Demi Moore e Patrick Swayze no ano de 1980 ficam juntos a uma roda de oleiro, suas mãos se entrelaçam na modelagem do vaso que acaba estragando acidentalmente no calor da paixão.