O Brasil já teve um forte domínio nos cinturões do UFC, conseguindo até mesmo quatro campeões em categorias diferentes. Porém, desde 2017, os lutadores nacionais perderam espaço na principal organização de MMA do mundo. A expectativa fica pela estreia de alguns novatos no octógono, caso de Bruno Silva, que fará a primeira luta no UFC 243 contra o alemão Khalid Taha. O paulista é uma das apostas brasileiras no peso-galo.
por Redação
Com 29 anos e uma carreira já sólida no MMA nacional, Bruno Silva participou de alguns eventos do UFC. Ele foi um dos lutadores que passaram pelo reality show da organização, o The Ultimate Fighter 4, em 2006. No entanto, uma derrota nas quartas de final acabou com o sonho de ganhar um contrato mais longo. A participação dele, como lembra o site Diário Prime, contou apenas com duas lutas, sendo uma vitória e uma derrota.
O Bulldog, apelido de Bruno nas lutas, tem um retrospecto mais positivo nos eventos brasileiros. Segundo dados e números do portal Super Lutas, ele possui 15 disputas no cartel. São 10 vitórias, dois empates e apenas três derrotas, números positivos para um cenário tão concorrido quanto o brasileiro. O lutador de 56 kg possui como principal habilidade o jiu-jitsu e, por isso, tem um aproveitamento de quase 60% em nocautes e finalizações nas lutas.
A grande chance do lutador paulista vai acontecer no início de outubro, quando ocorrerá o UFC 243 na Austrália. Bruno Silva vai encarar o alemão Khalid Taha e não deve ter uma vida fácil dentro do octógono. O rival já fez duas lutas pela organização, com uma vitória e uma derrota, e é favorito nas cotações do site de apostas online, Betway Esportes. No dia 16 de setembro, Taha aparecia com 73,5% de chance de vitória contra o brasileiro, que tenta surpreender o público logo na estreia.
Outros nomes do UFC
Alguns outros brasileiros já fizeram o mesmo caminho de Bruno Silva, primeiro conseguindo bons resultados em eventos nacionais e depois ganhando uma chance no UFC. O Jungle Fight, por exemplo, é um dos maiores eventos do Brasil e lançou bons nomes para o esporte. A cidade de Palmas já sediou o evento em 2015 e viu um bom público acompanhar 18 lutas e uma disputa por cinturão no Ginásio Ayrton Senna.
Na ocasião, o palmense Mike Linhares conseguiu derrotar Rodrigo Praia após três rounds e conquistou o cinturão da categoria dentro de casa. Porém, o lutador de Tocantins não conseguiu a sorte de uma chance no UFC. Outros nomes, como Renato Carneiro e Fabrício Werdum, já fizeram essa transição. Renato disputou oito lutas na organização norte-americana e é uma promessa. Fabrício, por sua vez, já foi até campeão no peso-pesado.
Outro evento que também costuma dar bons nomes para o UFC é o Shooto Brazil. Recentemente, o carioca Raoni Barcelos surpreendeu o mundo com excelentes lutas na estreia pelo UFC. Após mais de 12 confrontos apenas em território nacional, inclusive no Shooto, ele finalmente conseguiu uma chance nos Estados Unidos em 2018 e já soma três vitórias. Foram dois nocautes, contra Kurt Holobaugh e Carlos Huachin, e uma finalização diante de Chris Gutierrez. É uma outra promessa do MMA brasileiro.
Brasileiras dominam
Enquanto os homens lutam por espaço, o lado das mulheres do UFC é quase todo verde e amarelo. Amanda Nunes tem sido completamente dominante no cenário e, atualmente, é campeã em duas categorias diferentes. Além do cinturão no peso-galo, que possui desde 2016, ela conseguiu no ano passado o título mundial do peso-pena. A disputa contra Cris Cyborg foi uma das lutas mais elogiadas na temporada.
A baiana de 31 anos possui um longo histórico dentro do UFC, com um aproveitamento de 81,8% em toda a carreira. Foram 18 vitórias e apenas quatro derrotas antes de se tornar a campeã nas duas categorias. É uma surpresa positiva para o cenário brasileiro do MMA, que também conta com Jéssica Andrade no peso-palha, que recentemente perdeu o cinturão para a chinesa Weili Zhang.
Apesar de o estado de Tocantins se destacar mais em eventos de esportes a motor, como demonstrou a recente realização do Rally Sertões por aqui, o MMA também pode ganhar força entre os torcedores da região. Ainda que Mike Linhares tenha sido um dos poucos nomes que surgiram, o Brasil precisa de novos lutadores para reconquistar a hegemonia que um dia teve no UFC. Quem sabe o tocantinense seguirá os passos de Bruno Silva, Raoni Barcelos e outros nomes.